Nossa História

Originária de uma família abastada, Carmelita Gonçalves nasceu em 22 de julho de 1924, no sítio Barra do Catolé, município de Cajazeiras, estado da Paraíba e é filha do Coronel Manoel Gonçalves da Silva e Hortência Gonçalves. Desde criança, tinha interesse em entrar para a Ordem das Carmelitas Descalças, mas, por fatalidade, após a morte de seu pai, o rumo de sua vida é modificado.

Forçada pelas circunstâncias, fica em Cajazeiras ajudando na criação dos seus irmãos. Ela não se casou, atualmente vive em sua casa e também atua fortemente no seu Colégio na companhia dos familiares. Ao concluir o curso Normal, em 1943, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, funda, nesse mesmo ano, a Escola Nossa Senhora do Carmo, que passou a ser denominada de Colégio no ano de 1986.

Assim, desde 1934 até os dias atuais, Carmelita Gonçalves presta serviço relevante para a educação em Cajazeiras, com funções distintas, a saber: professora de língua portuguesa e diretora. Nesse sentido, pode-se dizer que conseguiu, desde cedo, ultrapassar os limites impostos à mulher no campo educacional, pois se sabe que, historicamente, existe um vínculo e certa naturalização do espaço da sala de aula como apropriado para a mulher, o mesmo não acontecendo com o cargo de gestor, que, predominantemente, esteve nas mãos dos homens, embora esse quadro venha sofrendo alterações nos tempos mais recentes. Carmelita detinha uma condição favorável a essa ruptura: recursos para abrir sua própria escola. E pelo êxito que sua instituição tem logrado ao longo desses anos, pode-se dizer que detém também as características necessárias a uma boa gestora. O Colégio Nossa Senhora do Carmo continua sendo referência na educação cajazeirense, uma vez, que hoje, alargou-se o número de escolas e colégios na cidade. Todavia, a expansão no número de escolas não alterou o lugar ocupado pelo Colégio de “Carmelita”. A educação no Colégio Nossa Senhora do Carmo, sob a autoridade de “Tia Carmelita”, tem uma dimensão que se estabelece na vida profissional dos que aqui estudaram, através de um ensinamento religioso metódico, que acompanha o cotidiano das atividades desenvolvidas.

No entanto, é possível afirmar que Carmelita, desde o início dos anos de 1940, no século XX, lutou e luta pela educação da cidade de Cajazeiras. A sua dedicação às atividades educacionais desenvolvidas fez nascer, na sede atual, em 1968, o Colégio Nossa Senhora do Carmo.

Não é à toa que se percebe uma influência significativa da religiosidade na sua metodologia de ensino, na sua prática educacional à frente do Colégio Nossa Senhora do Carmo. O que também a torna bastante respeitada é a sua autenticidade na forma de se comportar e na sua humildade.

Os momentos que ex-alunos (as) passaram no Colégio podem ser compreendidos como algo que faz parte da história desses indivíduos, ou seja, a história do Colégio de Carmelita, também é deles (as). A rigidez da educadora é algo que se mostra sempre significativo na memória dos estudantes que vivenciaram a educação no seu colégio, como um equipamento de vida. Portanto, Carmelita não é apenas considerada grande pelo que exige dos estudantes em termos de aprendizagem, mas também pela sua pedagogia própria, pois ela também orienta os estudantes com lições de vida.

Texto extraído do artigo intitulado “CARMELITA GONÇALVES E SUAS CONTRIBUIÇÕES À EDUCAÇÃO EM CAJAZEIRAS/PB” de Débia Suênia da Silva Sousa.